segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

month off

Dear Friends,

I would like to thank you all for have chasing my blog during the last year...
Currently I haven't posted any new text 'cos I'm studing for the next exams period.
So wish me luck and I'll wish you a happy new year (with no university exams, I hope).
Thanks all for yor suport and relax that i will be back as soon as I can!

Big kisses and hugs and have a wonderfull new Year!!

Your friend

Reinaldo M.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

NATO Game Over!


Portugal fora da NATO!

Portugal outside NATO!

Portugal außerhalb der NATO!

Portugal dehors de l'OTAN!

Portugal fuera de la NATO!

Πορτογαλία εκτός ΝΑΤΟ

葡萄牙在北约之外

البرتغال خارج منظمة حلف شمال الأطلسي

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Terrakota '10 anti-Nato



"É verdade juro, vi ontem no jornal, bondaram um bandido islamista radical!" By Paulete Matos @

Portugal fora da Nato, a Nato fora de Portugal!

Manifestação Nacional do ensino superior

Menos de um ano após a última Manifestação Nacional do Ensino Superior, cerca de sete mil alunos saíram às ruas com gritos de ordem por um Ensino Superior mais digno, mais forte, mas capaz.
Numa época de grande instabilidade política e crise económica, o Governo condiciona a continuidade da formação de muitos jovens, cortando nos subsídios de apoio aos Estudos, como por exemplo, no método de atribuição das Bolsas de acção Social. Da mesma forma, tenta transformar o sector do ensino numa fonte de receita, ao invés do que deveria de facto ser: um receptor de investimento. Assim milhares de alunos, vêm roubados muitos dos seus direitos que foram conquistados ao longo de história de intensas lutas sociais. Cortes nas bolsas, propinas elevadas, ensino cada vez mais desacreditado, cantinas sem condições e com menos funcionários, equipamentos e instalações cada vez mais degradadas, regime de precedências, entre outras tantas coisas, são as consequências de uma consistente detrioração do Ensino Superior.
É necessário sair às ruas e demonstrar a classe política que os estudantes não são mansos, nem conformados com o actual pânorama social.

"Bolsas sim, propinas não, este Governo não tem educação!"

domingo, 14 de novembro de 2010



Levar a democracia e o protesto para dentro dos locais de trabalho. Responder à chantagem patronal e ao abuso. Reportagem da TVI sobre a acção dos Precários Inflexíveis.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Existe salvação fora do Euro?



No actual panorama de crise económica e financeira pela qual estamos a passar, muitos são os que defendem a saída de Portugal da zona euro: uns como salvação, outros como repreenda. No início do ano corrente Wolfgang Schäuble, ministro das finanças alemão afirmou numa entrevista ao Financial Times que “todos os países que não consigam consolidar as finanças públicas devem abandonar a zona euro”. Na verdade “der Herr Schäuble” não está mais do que a defender os interesses da economia alemã e francesa, que apesar de terem sido as primeiras a não cumprir com as metas estipuladas para o limite do défice, defendem no entanto a saída da zona euro de países economicamente menos produtivos, esquecendo-se e negando desta forma, os princípios de cooperação mútua entre Estados sobre os quais se fundou a União Europeia.

Com a adesão em 1986 à então chamada CEE, (Comunidade Económica Europeia, actual União Europeia) Portugal passou a beneficiar de um conjunto de fundos comunitários tais como o FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) ou os fundos oriundos da PAC (Política Agrícola Comum), que tinham como objectivo a convergência económica do país em relação aos restantes Estados-membros. Estes fundos estruturais estabelecidos no ano de integração de Portugal na União, duplicaram em 1989 e duplicaram de novo em 1994. Infelizmente desde 1986 até aos dias de hoje, conseguimos provar mais uma vez que sofremos de uma doença crónica a que podemos chamar “má gestão financeira”. Muitos desses fundos foram aplicados num investimento exagerado em vias rápidas de comunicação, grandes infra-estruturas desportivas inutilizáveis e outros tantos casos polémicos a que temos vindo a assistir, para não falar em todas as ilegalidades que foram realizadas na utilização dos fundos da PAC. Nestes últimos dez anos, Portugal continuou a receber continuamente mais do que as receitas que pagou à União Europeia, tendo por exemplo recebido no ano de 2008 cerca de 4000 milhões de euros contra os 1500 milhões de euros que pagou à U.E (fonte Banco de Portugal). Actualmente, o QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) tem uma dotação de fundos para Portugal de 21,5 mil milhões de euros para o período 2007-2013, que a ver, deverão ser investidos da melhor forma possível. No entanto, apesar de todos estes financiamentos e de outras políticas, a nossa economia tem tido uma trajectória de divergência em relação à média comunitária: se em 2001 o PIB Português per capita era de 77.3% dessa média, em 2007 já só era 76.2%.

No que toca à Zona euro, ou seja, ao conjunto de Estados-membros em que a moeda oficial é o Euro, Portugal é membro de pleno direito desde a sua formação em 1999, tendo sido obrigado a cumprir cinco critérios previstos no Tratado de Maastricht, assinado em 1992:

1 – Défice abaixo dos 3% do PIB;

2 – Dívida Pública abaixo dos 60% do PIB;

3 – Nível de inflação que não ultrapasse em 1,5% a média das três melhores economias;

4 – Nível de taxas de juro que não ultrapasse em 2% a média das três melhores economias;

5 – Não existir qualquer desvalorização nessa economia nos últimos dois anos.

Com a entrada para a zona euro, Portugal, transfere a sua soberania sobre a política cambial e monetária para as instituições da União, restando-lhe apenas a autonomia na tomada de decisões em relação a política orçamental. Deixa por exemplo de poder regular a oferta de massa monetária, função esta que passa a ser desempenhada unicamente pelo Banco Central Europeu (BCE) sediado na Alemanha. Apesar de tudo, é pelo facto de pertencer à zona euro, que Portugal continua a beneficiar de uma reduzida inflação e taxa de juro.

A verdade é que, não temos sabido utilizar os fundos comunitários que recebemos nem sabido explorar da melhor forma possível o livre mercado de capitais da zona euro para poder expandir as nossas exportações. O Estado português ao longo da última década tem gasto acima das suas possibilidades e nada tem feito para reverter esta situação, como tal, a dívida pública que hoje observamos não é mais do que o culminar de um conjunto de anos deficitários e de endividamento. A taxa de juro aplicável à divida pública (em dez anos) já se encontra nos 7% devido à fraca produção, a insegurança na nossa economia e à instabilidade política do país que resulta de todo o jogo nojento praticado pelo bloco central e do teatrinho de péssima qualidade que o PSD insiste em encenar.

É então a saída da Zona Euro, e o retorno à soberania monetária o escape que solucionará os nossos problemas? Claramente que não. Mesmo que saíssemos da zona euro e pudéssemos desvalorizar a nossa moeda a fim de baixar os preços dos nossos produtos, que desta forma se tornariam mais competitivos e propícios à exportação, não nos podemos esquecer de alguns aspectos muito importantes: para exportar é necessário produzir, investir e ter mercados para a exportação. Assim sendo, a nossa economia estaria sempre dependente dos mercados externos que são instáveis. Com o reajuste cambial dos preços, a população perderia automaticamente poder de compra, na medida em que os salários seriam desvalorizados e no contexto de uma Europa a 27 a diferença salarial seria ainda maior. Quando falamos em desvalorizar a moeda, não nos podemos esquecer que também as importações vão sofrer um aumento dos seus custos, e assim sendo, num país em que 80% dos cereais consumidos são importados, qual é o impacto social que daí advém? É claro que o aumento de grande parte dos preços dos produtos de alimentação leva a um efeito de pressão social e crise económica muito mais forte do que aquela que já estamos a viver.



A solução não é então fugir dos nossos problemas ou abandonar a zona euro, mas sim corrigir e combater as políticas financeiras que se têm tentado implementar na Europa através do Banco Central Europeu e dos interesses das grandes potências europeias capitalistas. É necessário corrigir a política económica europeia que apenas defende os interesses dos mais desenvolvidos e substitui-la por uma outra que consiga fazer face à recessão em prol do progresso e recuperação económica de todos os Estados-membros sem distinção.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Society - Eddie Vedder (into the wild)



Oh, it's a mystery to me
We have a greed with which we have agreed
And you think you have to want more than you need
Until you have it all you won't be free

Society, you're a crazy breed
Hope you're not lonely without me...

When you want more than you have
You think you need...
And when you think more than you want
Your thoughts begin to bleed
I think I need to find a bigger place
Because when you have more than you think
You need more space

Society, you're a crazy breed
Hope you're not lonely without me...
Society, crazy indeed
Hope you're not lonely without me...

There's those thinking, more-or-less, less is more
But if less is more, how you keeping score?
Means for every point you make, your level drops
Kinda like you're starting from the top
You can't do that...

Society, you're a crazy breed
Hope you're not lonely without me...
Society, crazy indeed
Hope you're not lonely without me...

Society, have mercy on me
Hope you're not angry if I disagree...
Society, crazy indeed
Hope you're not lonely without me...

sábado, 16 de outubro de 2010

O Tigre já nem mia


A actual crise económico-financeira irlandesa vem quebrar abruptamente o veloz crescimento económico que o país registava desde a década de 80.

Antes da década de 70, a par dos países Ibéricos (Portugal e Espanha) e da Grécia, a Irlanda era um dos países europeus mais atrasados quer ao nível tecnológico, quer ao nível económico e social, sendo a sua economia baseada na agricultura e numa indústria pouco desenvolvida. Até então, todas as potencialidades a explorar do sector terciário ainda não haviam sido exploradas. No entanto, tal como todos os países menos avançados tecnologicamente, a Irlanda pôde aproveitar o processo de catching-up, ou seja, do facto de ser menos avançado tecnologicamente para poder crescer mais depressa adoptando tecnologias estrangeiras a custo relativamente baixo. Complementando este processo de desenvolvimento tecnológico, a integração na CEE (1993) e no Sistema monetário Europeu (1978), numa época de intensa liberalização económica, possibilitou relançar a economia celta.

Porém, há que salientar que o componente mais determinante na reviravolta do crescimento económico irlandês a partir da década de 80, foi o forte investimento directo estrangeiro de Multinacionais que passaram a sediar-se em Dublin, não só pela Irlanda ser um país anglo-saxónico, mas principalmente por existir capital humano qualificado e com um nível salarial baixo. Tudo isto conjugado com uma política incentivadora de investimento externo, uma política fiscal credível e uma crescente rede de transportes e infra-estruturas por todo o país, tornou a Irlanda um destino privilegiado para as grandes Multinacionais e agências Financeiras.

O Tigre celta mostrava pujança na sua economia, tendo sido no período de 1986-96 o membro pertencente a OCDE com maior taxa de crescimento do Produto e registando no período de 1994-1998 um crescimento do PIB de 8.8% (Fonte Eurostat 1999).

Mas então o que originou a actual crise económico-financeira pela qual o país está a passar? Bom, a resposta é simples: especulação imobiliária. A par dos EUA, também a Irlanda assistiu a uma sobrevalorização extraordinária de imóveis que não correspondia ao valor real destes. Em 2002, um apartamento no centro histórico de Dublin chegava a ser mais caro que no centro histórico de Londres. O negócio imobiliário foi lucrativo para várias pessoas e empresas até ao momento em que os imóveis deixaram de ser vendidos e os empréstimos concedidos para este tipo de actividade (que não é económica pois não gera riqueza) de ser pagos, o que levou consequentemente à falta de liquidez por parte de empresas financeiras, nomeadamente dos Bancos. Para minimizar os prejuízos estas empresas financeiras foram obrigadas a vender na bolsa, acções desvalorizadas de outros negócios que pudessem ter.

É esta falta de liquidez que será resolvida quando se injectarem os 50 mil milhões de euros que vão salvar os chamados bancos tóxicos tais como o Allied Irish, o Irish Nationwide ou o Anglo Irish, banco preferido dos promotores imobiliários que levavam a cabo a especulação imobiliária que culminou na chamada “Bolha imobiliária”. E como sempre serão os contribuintes a pagar a conta das irresponsabilidades dos Bancos. E esta conta é cara. São 50mil milhões de euros que vão pesar no bolso das famílias e vão disparar o défice orçamental de 12% para 32% do PIB (o défice mais elevado no contexto da Europa a 27).

Quando um Estado Independente fica falido de uma forma tão suei gene ris, alguma lição deve apreender. Um delas é não ter excessiva confiança nos preços do imobiliário, pois logo que os imóveis desvalorizem, a receita cai. Quanto às consequências deste desastre financeiro, elas já estão à vista, não só à vista estão como foram oficialmente enumeradas pelo ministro irlandês das Finanças, Brian Lenihan.

As contas públicas devem ser postas em ordem, e como infelizmente a Irlanda não goza da mesma sorte que o seu vizinho Reino Unido, não pode desvalorizar a moeda, o que quer dizer que deve seguir as ordens do FMI: cortes radicais na despesa pública à par dos PIGS (Portugal, Ireland, Greece, Spain). Há alguns dias foi apresentado o PEC irlandês que tem como objectivo a qualquer custo, a diminuição dos actuais 32% de défice para 3% em 2014, crescimento económico sustentados nas exportações e mais cortes na despesa pública. Adivinham-se dias difíceis para os irlandeses, que tal como nós vão enfrentar o desemprego, cortes salariais, aumento de impostos, aumento da carga horária de trabalho, aumentos dos encargos com a saúde, transportes e educação, como uma realidade de um novo período, não de recuperação económica mas sim de retracção.



Mais uma vez por uns pagam outros, os responsáveis pelos irresponsáveis, os justos pelos injustos. Até quando? Parece que o tigre celta adormeceu.



Escrito por Reinaldo Miranda

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Montras

Deixo-vos aqui um poema, da autoria de Pedro Campos, letra de uma música que tanto adoro, interpretada pela granda Mariza.

Ando na berma
Tropeço na confusão
Desço a avenida
E toda a cidade estende-me a mão
Sigo na rua, a pé, e a gente passa
Apressada, falando, o rio defronte
Voam gaivotas no horizonte
Só o teu amor é tão real
Só o teu amor...

São montras, ruas
E o trânsito
Não pára ao sinal
São mil pessoas
Atravessando na vida real
Os desenganos, emigrantes, ciganos
Um dia normal,
Como a brisa que sopra do rio
Ao fim da tarde
Em Lisboa afinal

Só o teu amor é tão real
Só o teu amor...

Gente que passa
A quem se rouba o sossego
Gente que engrossa
As filas do desemprego,
São vendedores, polícias, bancas, jornais
Como os barcos que passam tão perto
Tão cheios
Partindo do Cais

Só o teu amor é tão real
Só o teu amor...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Há quem diga que uma imagem vale mais do que mil palavras, ou que uma fotografia é a captação dogmática da realidade...Discordo!
Dizem também que a imagem permanece para a eternidade, mas o que é a imagem se não há entendimento dela, se não existe observação, se não há Homem com vida?
E é sentado, contemplando o rio defronte que mergulho nestas deambulações mentais. É nesta Lisboa que me alieno da realidade, ao menos tento, e procuro observar, de forma imparcial, a molécula da vida.
Este rio prende-me ao mesmo tempo que oiço vozes, tilintares de colheres, pratos no balcão, hu hu o batido está pronto, a campainha toca: - Heii, sai um batido para a mesa 3.
O rio é enorme, soberbo ele, mas nem por isso é mais frenético que estes 30 metros que me rodeiam. E que bom que o são assim, estes 30 espaços medidos em formas geométricas.
Nesta ebolição de vida acalmo-me, nesta Lisboa que tem de ser vivida e descrita por palavras, respiro!
Pois não vivo numa imagem em pausa, vivo na vida da imagem, vivo na realidade daquilo que capturo com as minhas duas esferas sensasoriais e de nenhuma outra forma arrisco-me a viver.
Amo Lisboa, é certo; amo-a por tão bem ficar no quadro da minha sala, mas ainda mais por eu fazer parte dela.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Caixinha das surpresas!



Está cheia, a caixa das surpresas.
Caixa que quer dar, oferecer, agradar.
Surpreender, alegrar, caixa média a caixa das surpresas.
A caixa que não se quer conter; quer esbanjar, ejacular, soltar, livrar.
Caixa vazia, a caixa das surpresas.

A caixa quer soltar, a caixa quer esvaziar.

A caixa é altruísta, a caixa gosta de dar, a caixa não gosta de guardar.
A caixa transporta o que é seu para o exterior,
A caixa transfere-se e não sobra em si.
Pobre caixa, a caixa vazia.

A caixa não tem defesas e julga-se feliz.
A caixa tem buracos, é assaltada e nada diz.
Pobre caixa que se julga feliz!

E em vez de se emendar ela,
pobre caixa,
nada faz.
Continua a se esvaziar, a pobre caixa
que não para jamais.

E eu sinto-me vazio, pobre eu, pobre caixa, que já nada tenho, e para mais... bom já não há o que há esvaziar.
Dei o que tinha a dar e vazio sem nada a preencher, porque não voltar a encher?
Não a caixa, caixa minha que não tem fundo, mas a caixa do caixão e pensar que afinal não morri em vão!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Revolução


«Os tempos daquela superstição que atribuía as revoluções à descrença de uns tantos agitadores já passaram. Cada qual sabe agora onde quer que haja uma covulsão revolucionária, que existe no fundo de tudo isso qualquer necessidade social que as instituições viciadas impedemque seja satisfeita. A necessidade não pode ser muitas vezes expressa com precisa violência para se lhes outorgar um êxito imediato, mas qualquer tentativa de repressão pela força a tornará cada vez mais poderosa, até conseguir fazê-la romper todos os seus entraves. Se formos então derrotados, não temos mais nada a fazer do que recomeçar novamente tudo de princípio.

E, felizmente, o breve intervalo que nos concedem entre o final do primeiro e o princípio do segundo acto do movimento, dá-nos tempo para realizar uma parte interessante da obra: o estudo das causas que produziram a prévia comoção e a sua derrota, as causas que não deverão ser procuradas nos acidentais esforços, talentos, faltas, erros ou traições de alguns chefes, mas antes no estado social geral e nas condições de existência de cada uma das nações agitadas.»


Karl Marx, «Revolução e Contra-revolução»

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O mar jaz; gemem em segredo os ventos
Em Éolo cativos;
Só com as pontas do tridente as vastas
Águas franze Neptuno;
E a praia é alva e cheia de pequenos
Brilhos sob o sol claro.
Inutilmente parecemos grandes.
Nada, no alheio mundo,
Nossa vista grandeza reconhece
Ou com razão nos serve.
Se aqui de um manso mar meu fundo indício
Três ondas o apagam,
Que me fará o mar que na atra praia
Ecoa de Saturno?

Antes de nós nos mesmos arvoredos
Passou o vento, quando havia vento,
E as folhas não falavam
De outro modo do que hoje.

Passamos e agitamo-nos debalde.
Não fazemos mais ruído no que existe
Do que as folhas das árvores
Ou os passos do vento.

Tentemos pois com abandono assíduo
Entregar nosso esforço à Natureza
E não querer mais vida
Que a das árvores verdes.

Inutilmente parecemos grandes.
Salvo nós nada pelo mundo fora
Nos saúda a grandeza
Nem sem querer nos serve.

Se aqui, à beira-mar o meu indício
Na areia o mar com ondas três o apaga,
Que fará na alta praia
Em que o mar é o Tempo?

Ricardo Reis

sábado, 26 de junho de 2010

Cinzento tóxico

Estaco.
O verde fresco e pesado que deixei à pressa já não é o mesmo; é cinzento tóxico. Aquele pequeno rectângulo que outrora conhecia tão bem, hoje é trapézio irregular. Tudo disforme de uma irregularidade que nunca conheci.
Estaco e continuo imóvel.
Invadem-me a memória os instantes que em que tudo começou, o momento em que fui obrigado a abandonar a minha vida sem sequer poder olhar para trás. Estava sentado à mesa, era hora de jantar quando a primeira bomba caiu. Arrancaram-me a infância à força. Caiu mais uma, também eu caí. E mais uma bomba, caiu o mundo a meus pés. Aprendi com o tempo que as lembranças têm sons e cheiros e são eternas na medida em que se podem repetir infinitamente durante uma vida que por mais contraditória que seja, é finita. De um momento para o outro choviam bombas que rebentavam em explosões qual trovões e trovoadas de uma chuva equatorial. Seguiram-se os disparos, rajadas de metralhadoras, tropas a invadir a vila, frotas de tanques, lances de granadas, gritos, tiros, gemidos, silvos, berros, o marchar ordenado do exército, a recepção sumptuosa da morte.
E por mais que queira não consigo apaga-las. Como disse, as memórias são eternas, e as minhas para além de visualiza-las e senti-las também as posso provar; são ácidas.
A terra que encontro não é a mesma que deixei, hoje é habitada por sombras de entes já não existentes, é cidade fantasma, vulto do passado, ranhura no espectro temporal.
Oh tomara atravessá-la e trazer para o presente o passado inexistente. Tomara regressar à inocência da infância, ao carinho do colo de minha mãe, às brincadeiras de mocidade, tomara reviver do princípio ao fim ou do fim ao princípio como nos possibilita a dita palavra, todos os amores da minha juventude que coloriam a minha vida, a minha vila.
Mas agora ela é cinzenta-tóxica tal como a minha vida.
Hoje não sou verde esperança, sou cinzento imundo. A estrada terminou, faço a viagem de regresso assim como o salmão regressa à casa quando vê a vida escapar-lhe. Mas nem o regresso me torna mais verde, continuo intoxicado.
Dirijo-me ao repouso eterno de meus pais. Ali estão sob a frieza das lápides e a aspereza de outras tantas flores já murchas. A vida dá-nos tantas oportunidades de sermos felizes, mas na ilusão de vivermos uma vida eterna colorimos a nossa vida de tóxico e envenenamo-nos de cinzento. Preciso de ti mãe.
Como sempre, tens um lugar junto do teu leito. Cavo a minha campa, deito-me.

Purifico-me de verde com o tempo e eternamente, estaco.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

domingo, 30 de maio de 2010


"O povo é rebelde porque os seus governantes são demasiado arrojados" - Lao Tsé

Manifestação Nacional De Protesto (29-05-2010)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Für mich...

Querido Eu

Como tens passado?
Há tanto tempo que te conheço, desde pequeno sigo a tua vida, as tuas pegadas, o teu sofrimento, o teu sorriso característico. Vivo contigo cada dia, cada hora, cada minuto cada segundo do teu constante ser, e a cada segundo efémero da tua vida, sinto-me tu. Sinto-me tu numa mudança constante que me muda, sinto-me a mudar contigo e vejo a nossa evolução conjunta. Às vezes olho-te de cima, as vezes não sou tu, as vezes estou alienado de ti, pela sociedade que me mecaniza a mim e aos meus movimentos. Hoje eu sou tu, amanhã deixarei de ser o que foste e passarei a ser o teu novo tu. Assim sou eu.
Cada dia mudo, e deixo de ser o que fui, passo a ser o que sempre quis, passo a ser o reflexo do que projectei em mim... Mas há escolhas que tu fazes e afectam-me. Aliás há decisões as quais não nos compete opinar mas afectam-nos de tal maneira… Meu querido Tu tomara que não fossemos exactamente o que somos e fossemos outra coisa qualquer. Mas a verdade é que se fossemos outra coisa qualquer já não seriamos Eu ou Tu, seriamos outra coisa.
Querido tu,
Esta carta é para ti, é por me acompanhares; estou tão orgulhoso de ti, mas as vezes fazes-me sofrer tanto. Às vezes dói tanto ser tu e não ser aquele outro que gostaria de ser. Não sou o que querem que eu seja. Não sou perfeito. Meu eu, meu tu, hoje olho para o computador e desabafo contigo, alias comigo porque tu és eu. Somos um só que nos vemos no espelho unilateral da vida, esse espelho a que eu e tu temos acesso por esta maquineta a que a tecnologia chamou de computador.
Foi um prazer conhecer-te querido tu, querido Eu.
Hoje eu sou tu.

Com os melhores cumprimentos
Do teu eu-sombra ou do teu tu-eu verdadeiro.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Piscas


À rapidez da vida, da passagem,
à correria, às andanças, aos atropelos

Stop!

Aos sinais, piscas, tombos, engarrafamentos...

Stop!

Às sirenes da vida, apitos incoerentes, buzinas:

Stooooop!



As vezes é tão bom parar; parar de agir como racional, parar no semâforo da vida e de respeitar as regras...

Quero quebra-las, agora mais do que nunca.
Não quero mais estar nesta faixa da via, esta não.
Esta faixa está errada, não anda, nem me faz andar. Quero mudar para aquela de livre passagem, aquela que me liberta e não me prende ao engarrafamento quotidiano.

Ao sofrimento, desgostos, desilusões

Stop!

À revolta, impotência, disturbia, sofrimento

Stop!

Ao sofrimento, melancolia, trauma, sofrimento

Stop!

À vida, ao rejuvenescimento, alegria

Sinal verde.

Brinde à nós, a tolerância, a outra alf part.
Sinto-me feliz por te ter encontrado e por despertares a alegria que não sentia há muito.

Um Brinde a Ti!
Um brinde a esta faixa que está descongestionada e me deixa passar

Sinal Verde para a praça da eterna inocência infantil.

domingo, 25 de abril de 2010

Pedra Filosofal / Philosopher's Stone / Stein der Weisen / l'école des sorciers



Eles não sabem que o sonho
É uma constante da vida
Tão concreta e definida
Como outra coisa qualquer

Como esta pedra cinzenta
Em que me sento e descanso
Como este ribeiro manso
Em serenos sobressaltos

Como estes pinheiros altos
Que em verde e oiro se agitam
Como estas aves que gritam
Em bebedeiras de azul

Eles não sabem que sonho
É vinho, é espuma, é fermento
Bichinho alacre e sedento
De focinho pontiagudo
Em perpétuo movimento

Eles não sabem que o sonho
É tela, é cor, é pincel
Base, fuste ou capitel
Arco em ogiva, vitral,
Pináculo de catedral,
Contraponto, sinfonia,
Máscara grega, magia,
Que é retorta de alquimista

Mapa do mundo distante
Rosa dos ventos, infante
Caravela quinhentista
Que é cabo da boa-esperança

Ouro, canela, marfim
Florete de espadachim
Bastidor, passo de dança
Columbina e arlequim

Passarola voadora
Pára-raios, locomotiva
Barco de proa festiva
Alto-forno, geradora

Cisão do átomo, radar
Ultra-som, televisão
Desembarque em foguetão
Na superfície lunar

Eles não sabem nem sonham
Que o sonho comanda a vida
E que sempre que o homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos duma criança

Abril,por favor... POR MAIS MIL!

sábado, 17 de abril de 2010

Für mir soll's rote rosen regnen - Hildegard Knef



Nascida a 28 de Dezembro de 1925, Hildegard Knef foi uma das grandes divas alemãs. Casou-se três vezes e teve uma filha (nascida em 1968) do seu segundo marido, David Cameron Palastanga.
"Frau Knef" começou a sua carreira em 1963 como cantora e surpreendeu a sua audiência com a sua voz rouca, profunda e com as letras das suas músicas, muitas vezes escritas pela própria. Os seus fãs por todo o mundo sempre a apoiaram enquanto ele se debatia numa luta intensa com o cancro. Após a reunificação da Alemanha, Hildegard regressa a Berlin.
Nos anos 60 e 70 disfrutou de um enorme sucesso enquanto cantora de músicas alemãs, que ela por várias vezes co-escrevia. A canção com a qual mais sucesso obteve foi "Für mich solls rote rosen regnen" (Chovem rosas vermelhas para mim). Também ficou conhecida pela sua versão da música "Ich hab noch einen Koffer n Berlin" (Deixei um casaco em Berlin). Ao longo da sua carreira vendeu mais de 3 milhões de álbuns.
Hildegard Knef acaba por falecer a 1 de Fevereiro de 2002 em Berlin, vítima de um enfisema.

sábado, 10 de abril de 2010

Fuck you all!!

For all xenophobic, homophobic, racist and small minds people who are around us .. Fuck YOU ALL!!!


Lyrics | Lily Allen lyrics - Fuck You lyrics

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Der Fetisch des Sócrates

PEC: The plan to fuck taxpayers...



domingo, 4 de abril de 2010

Do you mean legalized? Gripe A é tosse?

Sometime a few laughs make us feel better and forget all the problems we have.
So I wish you

A Happy Easter!!!
ps: these videos talk about:
1 - Do you mean "legalized"?;
2 - Is Influenza A a cough?

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Na terra dos Tiranos


Segundo a Associação angolana OMUNGA, a marcha contra as demolições em massa de habitações que estava agendada para o dia 25 de Março de 2010, foi reprimida.

Já pairava no ar a possibilidade de que esta manifestação pudesse ser impedida, o que se confirmou com a existência de um número elevado de efectivos da Polícia de Intervenção Rápida, ao longo de todo o percurso da marcha previamente programado, ou seja, desde o local de concentração até ao local de término, o que pressupôs um cçima de intimidação e de insegurança a tod@s aquel@s que participassem da actividade, o que contraria o direito de reunião e manifestação, previsto no artigo n.º 47 da nova Constituição da República de Angola.

O Governados Provinciaç de Benguela em comunicado tornado público, declinou qualquer responsabilidade sobre um enventual incumprimento da sua decisão, o que se traduz na intenção de reprimir fisicamente todos aqueles que desejassem solidarizar-se com as vítimas das demolições e desalojamentos forçados.

Recebemosuma vez mais a partir de Angola a prova viva de que a Democracia é asfixiada por sucessivos estrangulamentos. Àqueles que pouco têm é-lhes retirado sem mais nem menos o que ainda conservam. As necessidades básicas para uma vida digna não são satisfeitas, as casas começam a ser retiradas e agora até a própria liberdade de expressão não passa de uma miragem.

Tudo isto ocorre num país governado por TIRANOS que fazem o uso abusivo do poder e que tentam ocultar com um crescimento económico colossal, o que de mais asqueroso em termos de direitos Humanos possa existir.


(A imagem anexada é o comunicado oficial do Governo que consegui obter.)

quarta-feira, 24 de março de 2010

Angola: Marcha contra as demolições em massa.















Nesta Quinta feira, 25 de Março de 2010, foi convocada para a cidade de Benguela uma marcha contra as demolições e desalojamentos forçados, pela associação Omunga.

Sob a direcção do governador da província de Huíla, Isaac dos Anjos, milhares de pessoas foram desalojadas à força e viram as suas pobres habitações demolidas, muitas sem sequer puderem salvar todos os seus parcos haveres.

O arcebispo de Lubango da Igreja Católica, Dom Gabriel Mbilingui, visitou o local onde as pessoas acabaram por ser "literalmente despejadas" relatando à rádio as "condições indignas" e a "situação calamitosa em relação aos direitos humanos".

O arcebispo relata ainda que o governador reuniu com os parceiros sociais apenas para os informar que as demolições em massa iam começar, na época das chuvas ao contrário do que estava inicialmente definido e violando todo o projecto inicial. Perante o protesto dos parceiros, incluindo padres e pastores de várias religiões, exclamou:

"Não rezem pelo que acontece, rezem por mim!".
O arcebispo responde: "Rezamos pelo bem de todos. Não é para alguém que faça uma acção totalmente maligna contra as populações e nós vamos pedir que Deus o ajude...".

O governador da Huíla também pretendeu impedir que a marcha contra as demolições se realize, mas a associação Omunga manteve a convocatória, conta com apoios amplos da sociedade civil e de muitas personalidades entre as quais, políticos, jornalistas e escritor@s.

Hoje enquanto angolano, mas acima de tudo enquanto SER HUMANO, junto-me a esta luta dos nossos camaradas da associação OMUNGA (se o meu umbundo não falha, quer dizer todos juntos) e apresento o meu incondicional apoio.

Portanto

No dia 25 de Março de 2010, simplesmente grita "Não partam a minha casa, sou ser humano!", "Não me obriguem a viver em tendas, tenho dignidade!"

segunda-feira, 22 de março de 2010

I Conerência Nacional de Jovens Estudantes do Bloco

Desde que, em 2005, Bolonha entrou em vigor, muita coisa mudou. Se durante o período 1995-2005,a percentagem de alunos com baixos rendimentos no Ensino Superior diminuiu para um terço, hoje esta situação agravou-se ainda mais. O conjunto de medidas que deu origem ao chamado “Tratado de Bolonha”, na verdade um processo, foi aprovado e posto em prática sem que existisse um referendo, em que a voz dos maiores interessados, os estudantes, fosse ouvida.
As consequências desta monstruosidade para com os estudantes do Superior e não só, estão à vista:

Ø O aumento exponencial das propinas (lembrem-se que os nossos pais não pagaram e quando passaram efectivamente a existir, no Governo de Cavaco Silva, estas não ultrapassavam o equivalente a 300€) reduziu ainda mais a possibilidade dos jovens ingressarem no Superior;

Ø As bolsas de Acção Social, que poderiam amenizar este problema, passaram a estar envoltas num conjunto de burocracias que faz com que somente uma pequena parte dos candidatos tenha direito a recebê-las;

Ø O novo modelo organizativo do Superior, em Licenciaturas, Mestrados e por aí adiante que obriga os estudantes a acabar o curso o mais depressa possível, impossibilita uma maior intervenção política dentro dos recintos estudantis.

Quem perde com isso são os estudantes, pois a escola é um “espaço de pensamento crítico e acção política”, e não um recinto de programação humana para a realização de trabalhos específicos. Aliado a Bolonha, adicionaram-se as medidas do Governo Sócrates, na era de Mariano Gago.
O estrangulamento financeiro na ordem de 200 M€ levou a um conjunto de consequências catastróficas para estudantes do Superior:

Ø Despedimento de professores e funcionários;
Ø Pior qualidade da alimentação fornecida nas cantinas;
Ø Residências caras e sem condições.

E é por isso que devemos agir, é por isso que devemos sair às ruas e contestar, defender os nossos interesses!
A classe estudantil do Superior está a ser fortemente atacada.
A Moção A apresentou-se na primeira conferência nacional de jovens estudantes do Bloco com um conjunto de medidas consensuais e plausíveis, que combatem as políticas neoliberais que nos atacam:
Ø Alargamento dos horários e qualidade das cantinas;
Ø Multiplicação de espaços culturais e de intervenção nas faculdades;
Ø Aumento do número de cursos em período nocturno;
Ø Melhoramento das residências universitárias.

Opormo-nos ao RJIES é norma imperativa da nossa luta. Não tem sentido nenhum que entidades exteriores às instituições do Ensino Superior façam parte dos órgãos de Gestão. Os maiores interessados somos nós, nós é que devemos ocupar esses lugares!

Relembro: é necessário agir, lutar, vencer!

Por uma radicalidade dos jovens em todas as lutas pelo Socialismo!


quinta-feira, 4 de março de 2010

Is European Identity a myth?


According to Greek mythology, Europe was a pretty young girl who had the capacity to bewitch Zeus, the Almighty God of the Olympus. Still today we can describe this continent as a magical place where intercrossing of different cultures continues to arouse the curiosity of the men and women of the whole world.
With a population of around 760 million inhabitants, and being one of the smallest continents of the planet, Europe is located in the western part of the Euro-Asian continent. Is it effectively a continent? It isn’t. But the historical circumstances, political organization and the cultural union of these people made this territory in a continent, with a huge importance in the international context. Here there are 60 languages, most of the Indo-European family and spoken by different peoples who are distributed since Scandinavia until the Mediterranean. This ethnic and cultural diversity, many times take-in questioning if really exists a connector link that is characteristic to all the Europeans. In fact, there is.
At the age of the Greek-roman civilization, the inhabitants of the European space shared customs and traditions, many times acculturated themselves. The formation of the Roman Empire led to various lands were to become united under the power of the Emperor, and they had to follow the same laws. The influence of this classic civilization left marks that had lasted per the centuries until the present. The alphabet, the laws, the political organization, the architecture, literature among other aspects had been adoptees in diverse regions of the continent, since the British islands until the Balkans.
In the Middle Ages, people took again a common identity through conversion to Christianity. It is true that there were divisions and disagreements with Catholicism and later led the creation of the Lutheran Church, Anglican and Protestant, but the truth is that most of the European population remained Christian.
Looking back we see a Europe tainted by successive wars, but these disputes have made more quickly have developed proposals for alliances and community associations. In the seventeenth century Eméric Crucé formulated the idea of creating a European Council that would end the conflict that took place across the continent. Many other intellectuals such as Rousseaux, Karl Marx, Emmanuel Kant or Leibniz supported the same idea to achieve a desirable policy objective in the long term. Unfortunately this idea was slowly taking place. Two world-wide wars and millions of lost lives had been necessary so that the leaders of the biggest European powers made pacts that safeguarded the peace and stimulated the reconstruction of infrastructures and the economy. The Creation of the ECSC (European Coal and Steel Community) made possible the existence of the EEC (European Economic Community) that throughout the following years it organized the Europe in a political model that lasts to the present: the European Union.
Today the new challenge of the European Union passes for strengthening a common identity to all the Europeans, which sometimes is refuted by some skeptics who guarantee that the European citizenship is a statute that was used “to sell the idea of the Europe”. In fact, the perception of many Europeans who believe that Brussels takes essentially economical and bureaucratic decisions tends to persist. It is urgent that the educative systems have an active role in combating a widespread misinformation and promote strongly the European identity that really exists. This identity that passes for the tolerance, freedom and respect for the human rights and democracy is the mainstay of the European ideal. Active participation in the society is also common to the identity of all the Europeans.
Indeed, it is not necessary that all the citizens feel loyal to and identified with a common cultural identity (which is a utopia), but with constitutional principles that fully guarantee its rights and freedoms.
I believe then that if in the past the European identity was a myth, today is a reality that is part of our quotidian. More and more Europeans have this notion and each time more we should to engage to keep a Europe that defends its own ideals.

Written by Reinaldo Miranda

sábado, 20 de fevereiro de 2010

The CouchSurfing experience

The CouchSurfing Project is a hospitality program based on internet. All around the world many open minded people provide their couchs for free. So if you want to enjoy new experiences, know new cultures and sleep anywhere without spend money, the couchsurfing project is the best option to you.Oh... I was forgeting to tell you one more thing: you can also host travelers in your home as long as you want, and show him or her, the best that your town has to show. So, what are you waiting for? Join me in this new adventure wich is sooooooo exciting!

I'm a couchsurfer, what about you?

ps: Check my couchsurfer profile here: http://www.couchsurfing.org/people/regui/

See this report to keep more informed about.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Ken goes shopping.


Quando me disseram que hoje em dia até as pessoas já era descartáveis, eu não acreditei.


- Como, se não somos objectos, tão pouco utensílios de trabalho ou distração?

A verdade é que já não só os objectos é que vão pro lixo. As pessoas seguem o mesmo caminho.

O mais revoltante é que só descobri quando percebi que também eu fui, ser não sou, mas poderei voltar a ser descartável.


Foi quando me revi numa montra sem preço, que descobri; afinal também eu já tenho uso único.


Usado e posto de lado.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Spiegel - Mirror - Espelho.

»Sind wir so unterschiedlich, dass es so viel Unterschied?
»Are we so different that there is so much difference?
»Será que somos assim tão diferentes para que haja tanta distinção?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Wealth

'Cos the greatest wealth of Angola, is not oil or diamonds, but our culture, our PEOPLE.

And when the dream comes over ...

After 21 days of pure adrenaline and celebration, here ending the African Nations Cup, accomplished for the very first time in Angola. During the month of January, Angola from Cabinda to Cunene stopped to watch the biggest African sport event, that Angola has ever done. Despite the attack on the selection of Togo, before the start of the championship, the balance that I do of this event is very positive.
For four years, Angola did its best to organize an event sample, and in fact it did. Many say that the timing of the completion of ACN in Angola was a bit hasty because there are still many problems to be solved, such as combating poverty, improving water supply, removal of energy failure, or even a resolution to the so famous problem of the enclave of Cabinda. I think the timing was well chosen, not only because this year Africa receives first World Cup, but also because the Angolan government needs to pass an image of progress and economic growth for the world and thus "sucking" international investment, even if it hides social problems facing the country (which reminds me a cover of Time New York where appeared Salazar and Portugal personified in a beautiful apple with all rotten inside).
Finally, in any case, the ACN was a real feast available to everyone, since ticket prices were quite affordable. Angolans lived several days in ecstasy, celebration and pure entertainment, or as they say over there, a real “boda”.
I am proud that this has been one of the best ACN of all time, but I hope that the country wake up from this dream and be prepared to face new problems, starting with the restriction of liberty that may result from the adoption of the new Constitution.

E quandoo sonho acaba...

Após 21 dias de pura adrenalina e festa, eis que termina o Campeonato Africano das Nações, realizado pela primeira vez em Angola. Durante o mês de Janeiro, Angola de Cabinda ao Cunene parou para acompanhar o maior evento desportivo a nível africano, que Angola alguma vez realizou. Apesar do ataque à selecção do Togo, antes do início do campeonato, o balanço que faço deste evento é bastante positivo.
Durante quatro anos, Angola esmerou-se para organizar um evento exemplar, e de facto conseguiu. Muitos dizem que o momento escolhido para a realização do CAN em Angola foi um bocado precipitado pois existem ainda bastantes problemas que devem ser solucionados, tais como o combate à pobreza, a melhoria do abastecimento de água, a extinção das falhas energéticas, ou até mesmo uma resolução ao problema do tão famoso enclave de Cabinda. Eu acho que o momento foi bem escolhido, não só porque este ano África acolhe pela primeira vez o Mundial de futebol, mas também porque o Governo angolano necessita passar uma imagem de progresso e crescimento económico para todo o mundo e dessa forma "sugar" investimento internacional, mesmo que para isso oculte os problemas sociais que o país enfrenta (o que me faz lembrar a capa do New York Time onde aparecia Salazar e Portugal personificado numa linda maçã com o interior todo podre).
Enfim, em todo o caso, o CAN foi uma autêntica festa ao alcance de tod@s, visto que os preços dos bilhetes eram bastante acessíveis. Os angolanos viveram vários dias em êxtase, festa e de pura animação, ou como se diz por lá, um autêntico boda.
Orgulho-me de que este tenha sido um dos melhores CAN de todos os tempos, mas espero que o país acorde deste sonho e esteja preparado para enfrentar os novos problemas, a começar pela restrição da liberdade que poderá advir da aprovação da nova Constituição.

Intermitência indeterminada da democracia


Pois é, não são só as pessoas que merecem descanso. Isto de manter a democracia salvaguardada ao longo de 35 anos também fatiga. Portanto a que dar umas férias à democracia angolana, filha mais nova da Sra. Democracia que sendo franco, não sei onde pára.
E assim foi. No passado dia 22 de Janeiro de 2010 a Assembleia Nacional angolana aprovou com maioria absoluta a nova Constituição, que para além de proibir a pena de morte (para que se quer uma pena de morte se a Liberdade acabou de ser morta?) também reforça os poderes do Soba maior, ou seja, do Grande chefe. Para todos os efeitos deixa de existir a eleição directa do Presidente da República e este passa a ser o primeiro nome da lista partidária vencedora das eleições legislativas. José Eduardo dos Santos, Chefe de Estado angolano há mais de 30 anos, aliás, recentemente nomeado Monarca soberano acaba também por acumular o cargo de chefia do Governo, deixando de existir efectivamente um Primeiro-Ministro.
Toda esta malandrice parece passar despercebida aos media internacionais uma vez que foi feita simultaneamente com a realização do Campeonato Africano das Nações, a decorrer em Angola. No final de contas, quem leva por tabela é a menina democracia que vai gozar umas férias por período indeterminado e sem subsídio (que isto de precariedade já está na moda).

Constituição aprovada, papeis arrumados e longa vida ao Rei!