quarta-feira, 24 de março de 2010

Angola: Marcha contra as demolições em massa.















Nesta Quinta feira, 25 de Março de 2010, foi convocada para a cidade de Benguela uma marcha contra as demolições e desalojamentos forçados, pela associação Omunga.

Sob a direcção do governador da província de Huíla, Isaac dos Anjos, milhares de pessoas foram desalojadas à força e viram as suas pobres habitações demolidas, muitas sem sequer puderem salvar todos os seus parcos haveres.

O arcebispo de Lubango da Igreja Católica, Dom Gabriel Mbilingui, visitou o local onde as pessoas acabaram por ser "literalmente despejadas" relatando à rádio as "condições indignas" e a "situação calamitosa em relação aos direitos humanos".

O arcebispo relata ainda que o governador reuniu com os parceiros sociais apenas para os informar que as demolições em massa iam começar, na época das chuvas ao contrário do que estava inicialmente definido e violando todo o projecto inicial. Perante o protesto dos parceiros, incluindo padres e pastores de várias religiões, exclamou:

"Não rezem pelo que acontece, rezem por mim!".
O arcebispo responde: "Rezamos pelo bem de todos. Não é para alguém que faça uma acção totalmente maligna contra as populações e nós vamos pedir que Deus o ajude...".

O governador da Huíla também pretendeu impedir que a marcha contra as demolições se realize, mas a associação Omunga manteve a convocatória, conta com apoios amplos da sociedade civil e de muitas personalidades entre as quais, políticos, jornalistas e escritor@s.

Hoje enquanto angolano, mas acima de tudo enquanto SER HUMANO, junto-me a esta luta dos nossos camaradas da associação OMUNGA (se o meu umbundo não falha, quer dizer todos juntos) e apresento o meu incondicional apoio.

Portanto

No dia 25 de Março de 2010, simplesmente grita "Não partam a minha casa, sou ser humano!", "Não me obriguem a viver em tendas, tenho dignidade!"

segunda-feira, 22 de março de 2010

I Conerência Nacional de Jovens Estudantes do Bloco

Desde que, em 2005, Bolonha entrou em vigor, muita coisa mudou. Se durante o período 1995-2005,a percentagem de alunos com baixos rendimentos no Ensino Superior diminuiu para um terço, hoje esta situação agravou-se ainda mais. O conjunto de medidas que deu origem ao chamado “Tratado de Bolonha”, na verdade um processo, foi aprovado e posto em prática sem que existisse um referendo, em que a voz dos maiores interessados, os estudantes, fosse ouvida.
As consequências desta monstruosidade para com os estudantes do Superior e não só, estão à vista:

Ø O aumento exponencial das propinas (lembrem-se que os nossos pais não pagaram e quando passaram efectivamente a existir, no Governo de Cavaco Silva, estas não ultrapassavam o equivalente a 300€) reduziu ainda mais a possibilidade dos jovens ingressarem no Superior;

Ø As bolsas de Acção Social, que poderiam amenizar este problema, passaram a estar envoltas num conjunto de burocracias que faz com que somente uma pequena parte dos candidatos tenha direito a recebê-las;

Ø O novo modelo organizativo do Superior, em Licenciaturas, Mestrados e por aí adiante que obriga os estudantes a acabar o curso o mais depressa possível, impossibilita uma maior intervenção política dentro dos recintos estudantis.

Quem perde com isso são os estudantes, pois a escola é um “espaço de pensamento crítico e acção política”, e não um recinto de programação humana para a realização de trabalhos específicos. Aliado a Bolonha, adicionaram-se as medidas do Governo Sócrates, na era de Mariano Gago.
O estrangulamento financeiro na ordem de 200 M€ levou a um conjunto de consequências catastróficas para estudantes do Superior:

Ø Despedimento de professores e funcionários;
Ø Pior qualidade da alimentação fornecida nas cantinas;
Ø Residências caras e sem condições.

E é por isso que devemos agir, é por isso que devemos sair às ruas e contestar, defender os nossos interesses!
A classe estudantil do Superior está a ser fortemente atacada.
A Moção A apresentou-se na primeira conferência nacional de jovens estudantes do Bloco com um conjunto de medidas consensuais e plausíveis, que combatem as políticas neoliberais que nos atacam:
Ø Alargamento dos horários e qualidade das cantinas;
Ø Multiplicação de espaços culturais e de intervenção nas faculdades;
Ø Aumento do número de cursos em período nocturno;
Ø Melhoramento das residências universitárias.

Opormo-nos ao RJIES é norma imperativa da nossa luta. Não tem sentido nenhum que entidades exteriores às instituições do Ensino Superior façam parte dos órgãos de Gestão. Os maiores interessados somos nós, nós é que devemos ocupar esses lugares!

Relembro: é necessário agir, lutar, vencer!

Por uma radicalidade dos jovens em todas as lutas pelo Socialismo!


quinta-feira, 4 de março de 2010

Is European Identity a myth?


According to Greek mythology, Europe was a pretty young girl who had the capacity to bewitch Zeus, the Almighty God of the Olympus. Still today we can describe this continent as a magical place where intercrossing of different cultures continues to arouse the curiosity of the men and women of the whole world.
With a population of around 760 million inhabitants, and being one of the smallest continents of the planet, Europe is located in the western part of the Euro-Asian continent. Is it effectively a continent? It isn’t. But the historical circumstances, political organization and the cultural union of these people made this territory in a continent, with a huge importance in the international context. Here there are 60 languages, most of the Indo-European family and spoken by different peoples who are distributed since Scandinavia until the Mediterranean. This ethnic and cultural diversity, many times take-in questioning if really exists a connector link that is characteristic to all the Europeans. In fact, there is.
At the age of the Greek-roman civilization, the inhabitants of the European space shared customs and traditions, many times acculturated themselves. The formation of the Roman Empire led to various lands were to become united under the power of the Emperor, and they had to follow the same laws. The influence of this classic civilization left marks that had lasted per the centuries until the present. The alphabet, the laws, the political organization, the architecture, literature among other aspects had been adoptees in diverse regions of the continent, since the British islands until the Balkans.
In the Middle Ages, people took again a common identity through conversion to Christianity. It is true that there were divisions and disagreements with Catholicism and later led the creation of the Lutheran Church, Anglican and Protestant, but the truth is that most of the European population remained Christian.
Looking back we see a Europe tainted by successive wars, but these disputes have made more quickly have developed proposals for alliances and community associations. In the seventeenth century Eméric Crucé formulated the idea of creating a European Council that would end the conflict that took place across the continent. Many other intellectuals such as Rousseaux, Karl Marx, Emmanuel Kant or Leibniz supported the same idea to achieve a desirable policy objective in the long term. Unfortunately this idea was slowly taking place. Two world-wide wars and millions of lost lives had been necessary so that the leaders of the biggest European powers made pacts that safeguarded the peace and stimulated the reconstruction of infrastructures and the economy. The Creation of the ECSC (European Coal and Steel Community) made possible the existence of the EEC (European Economic Community) that throughout the following years it organized the Europe in a political model that lasts to the present: the European Union.
Today the new challenge of the European Union passes for strengthening a common identity to all the Europeans, which sometimes is refuted by some skeptics who guarantee that the European citizenship is a statute that was used “to sell the idea of the Europe”. In fact, the perception of many Europeans who believe that Brussels takes essentially economical and bureaucratic decisions tends to persist. It is urgent that the educative systems have an active role in combating a widespread misinformation and promote strongly the European identity that really exists. This identity that passes for the tolerance, freedom and respect for the human rights and democracy is the mainstay of the European ideal. Active participation in the society is also common to the identity of all the Europeans.
Indeed, it is not necessary that all the citizens feel loyal to and identified with a common cultural identity (which is a utopia), but with constitutional principles that fully guarantee its rights and freedoms.
I believe then that if in the past the European identity was a myth, today is a reality that is part of our quotidian. More and more Europeans have this notion and each time more we should to engage to keep a Europe that defends its own ideals.

Written by Reinaldo Miranda