Desde que, em 2005, Bolonha entrou em vigor, muita coisa mudou. Se durante o período 1995-2005,a percentagem de alunos com baixos rendimentos no Ensino Superior diminuiu para um terço, hoje esta situação agravou-se ainda mais. O conjunto de medidas que deu origem ao chamado “Tratado de Bolonha”, na verdade um processo, foi aprovado e posto em prática sem que existisse um referendo, em que a voz dos maiores interessados, os estudantes, fosse ouvida.
As consequências desta monstruosidade para com os estudantes do Superior e não só, estão à vista:
Ø O aumento exponencial das propinas (lembrem-se que os nossos pais não pagaram e quando passaram efectivamente a existir, no Governo de Cavaco Silva, estas não ultrapassavam o equivalente a 300€) reduziu ainda mais a possibilidade dos jovens ingressarem no Superior;
Ø As bolsas de Acção Social, que poderiam amenizar este problema, passaram a estar envoltas num conjunto de burocracias que faz com que somente uma pequena parte dos candidatos tenha direito a recebê-las;
Ø O novo modelo organizativo do Superior, em Licenciaturas, Mestrados e por aí adiante que obriga os estudantes a acabar o curso o mais depressa possível, impossibilita uma maior intervenção política dentro dos recintos estudantis.
Quem perde com isso são os estudantes, pois a escola é um “espaço de pensamento crítico e acção política”, e não um recinto de programação humana para a realização de trabalhos específicos. Aliado a Bolonha, adicionaram-se as medidas do Governo Sócrates, na era de Mariano Gago.
O estrangulamento financeiro na ordem de 200 M€ levou a um conjunto de consequências catastróficas para estudantes do Superior:
Ø Despedimento de professores e funcionários;
Ø Pior qualidade da alimentação fornecida nas cantinas;
Ø Residências caras e sem condições.
E é por isso que devemos agir, é por isso que devemos sair às ruas e contestar, defender os nossos interesses!
A classe estudantil do Superior está a ser fortemente atacada.
A Moção A apresentou-se na primeira conferência nacional de jovens estudantes do Bloco com um conjunto de medidas consensuais e plausíveis, que combatem as políticas neoliberais que nos atacam:
Ø Alargamento dos horários e qualidade das cantinas;
Ø Multiplicação de espaços culturais e de intervenção nas faculdades;
Ø Aumento do número de cursos em período nocturno;
Ø Melhoramento das residências universitárias.
Opormo-nos ao RJIES é norma imperativa da nossa luta. Não tem sentido nenhum que entidades exteriores às instituições do Ensino Superior façam parte dos órgãos de Gestão. Os maiores interessados somos nós, nós é que devemos ocupar esses lugares!
Relembro: é necessário agir, lutar, vencer!
Por uma radicalidade dos jovens em todas as lutas pelo Socialismo!
segunda-feira, 22 de março de 2010
I Conerência Nacional de Jovens Estudantes do Bloco
Etiquetas:
Bloco de Esquerda,
Ensino Superior,
Reinaldo Miranda
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