segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Intermitência indeterminada da democracia


Pois é, não são só as pessoas que merecem descanso. Isto de manter a democracia salvaguardada ao longo de 35 anos também fatiga. Portanto a que dar umas férias à democracia angolana, filha mais nova da Sra. Democracia que sendo franco, não sei onde pára.
E assim foi. No passado dia 22 de Janeiro de 2010 a Assembleia Nacional angolana aprovou com maioria absoluta a nova Constituição, que para além de proibir a pena de morte (para que se quer uma pena de morte se a Liberdade acabou de ser morta?) também reforça os poderes do Soba maior, ou seja, do Grande chefe. Para todos os efeitos deixa de existir a eleição directa do Presidente da República e este passa a ser o primeiro nome da lista partidária vencedora das eleições legislativas. José Eduardo dos Santos, Chefe de Estado angolano há mais de 30 anos, aliás, recentemente nomeado Monarca soberano acaba também por acumular o cargo de chefia do Governo, deixando de existir efectivamente um Primeiro-Ministro.
Toda esta malandrice parece passar despercebida aos media internacionais uma vez que foi feita simultaneamente com a realização do Campeonato Africano das Nações, a decorrer em Angola. No final de contas, quem leva por tabela é a menina democracia que vai gozar umas férias por período indeterminado e sem subsídio (que isto de precariedade já está na moda).

Constituição aprovada, papeis arrumados e longa vida ao Rei!

1 comentário:

  1. Angola que se cuide. Com o Eduardo dos Santos a mudar o conceito de democracia da maneira que lhe dá mais jeito, e com a filha a comprar metade do mundo, daqui a uns anos, o Eduardo dos Santos vai ser conhecido, nos livros de história, como o novo Rei-Sol, até vai ter uma nova guilhotina.

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