quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Caixinha das surpresas!



Está cheia, a caixa das surpresas.
Caixa que quer dar, oferecer, agradar.
Surpreender, alegrar, caixa média a caixa das surpresas.
A caixa que não se quer conter; quer esbanjar, ejacular, soltar, livrar.
Caixa vazia, a caixa das surpresas.

A caixa quer soltar, a caixa quer esvaziar.

A caixa é altruísta, a caixa gosta de dar, a caixa não gosta de guardar.
A caixa transporta o que é seu para o exterior,
A caixa transfere-se e não sobra em si.
Pobre caixa, a caixa vazia.

A caixa não tem defesas e julga-se feliz.
A caixa tem buracos, é assaltada e nada diz.
Pobre caixa que se julga feliz!

E em vez de se emendar ela,
pobre caixa,
nada faz.
Continua a se esvaziar, a pobre caixa
que não para jamais.

E eu sinto-me vazio, pobre eu, pobre caixa, que já nada tenho, e para mais... bom já não há o que há esvaziar.
Dei o que tinha a dar e vazio sem nada a preencher, porque não voltar a encher?
Não a caixa, caixa minha que não tem fundo, mas a caixa do caixão e pensar que afinal não morri em vão!

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